O presente estudo reflete acerca do papel da figura do narrador em Primeiras Estórias, destacando em particular algumas das estratégias diegéticas (aqui definidas como “práticas surreais”) que Guimarães Rosa utiliza para sugerir a existência de uma “realidade-outra”, que escapa à lógica comum e que, embora invisível, existe e acontece. Além disso, a análise focada sobre a instância narrativa não apenas permite circunscrever os elementos que levam a situar a ficção de Primeiras Estórias entre o surreal e o neofantástico, mas também consente elaborar uma nova proposta hermenêutica, definida como “poética da ausência”, entendida não como “falta de comparência”, mas como processo que visa delinear o funcionamento literário da dialética entre real e irreal (ou “além do real”) detectável nesta recolha.
«Aquilo que não havia, acontecia». O narrador e a poética da ausência em Primeiras Estórias
Morabito Sofia
2023-01-01
Abstract
O presente estudo reflete acerca do papel da figura do narrador em Primeiras Estórias, destacando em particular algumas das estratégias diegéticas (aqui definidas como “práticas surreais”) que Guimarães Rosa utiliza para sugerir a existência de uma “realidade-outra”, que escapa à lógica comum e que, embora invisível, existe e acontece. Além disso, a análise focada sobre a instância narrativa não apenas permite circunscrever os elementos que levam a situar a ficção de Primeiras Estórias entre o surreal e o neofantástico, mas também consente elaborar uma nova proposta hermenêutica, definida como “poética da ausência”, entendida não como “falta de comparência”, mas como processo que visa delinear o funcionamento literário da dialética entre real e irreal (ou “além do real”) detectável nesta recolha.I documenti in IRIS sono protetti da copyright e tutti i diritti sono riservati, salvo diversa indicazione.